segunda-feira, 18 de maio de 2015

Nana Santos - Uma visão do Atelier.



E eu com a cabeça cheia de tarefas nesse semestre que se inicia pra valer, quase esqueci de um pedido muito especial de duas pessoas mais especiais ainda. Achei que era simples falar sobre o que eu senti naquele dia úmido em São Paulo, quando andando sem rumo, nos deparamos com um portão simples, que revelava um corredor longo e uma porta rústica. Tudo ali foi estranho pra mim, desde as escadas para baixo, até a escultura logo na entrada do ateliê. Imaginei, "nossa, aí dentro me aguardam situações embaraçosas". O quão enganada eu podia estar quando a porta se abriu e eu logo fui recebida por sorrisos e abraços calorosos... Como eu ainda consigo me surpreender com pessoas, mesmo achando que já conheci todos os tipos, eis que me deparo com um baiano acolhedor e prestativo, que faz todos se sentirem em casa e já coloca todo mundo pra por a mão na massa! Difícil explicar a quantidade de informações que meu cérebro foi armazenando, esculturas com asas, sem rosto, nas mais variadas poses, cores e texturas. Um frenesi. Ao ser convidada a mexer com a argila, mais uma surpresa. "Mas eu só brinquei de massinha e era péssima nisso." Meu apelo foi em vão, mas eu quis, desde o início, tentar. "Primeiro você vai começar assim... Faz uma base, pra essa parte que vai ser o rosto." E em dois segundos a parte dele já estava pronta, como num passe de mágica e eu ainda estava lutando pra assimilar como amassar a argila dura e gelada. Primeira parte, pronta! Que sensação incrível conseguir seguir esse passo-a-passo, que pra muitos parecem uma besteira, mas pra mim era como uma prova! Muitos outros passos se seguiram e eis o resultado expresso na foto abaixo. Tá, não é nenhum David, mas me senti extremamente feliz com o resultado. Conheci pessoas incríveis e de um alto astral fabuloso, que dividem ali suas alegrias, sua cultura, um pouco da sua história e do seu talento. Todos me trataram como se eu sempre estivesse ali e eu acho que estava tão imersa na minha tentativa de dar um rosto à argila, que acabei perdendo a melhor parte, a inteiração com os outros. Pra mim, foi uma terapia. Recomendo a todos e pretendo ter essa oportunidade de novo. No fim, assim como a vida, admirei a minha "obra", tomei coragem e transformei tudo que estava pronto e me tomou tanto tempo em apenas mais um pedaço de argila. E que esse pedaço possa servir pra fazer outra pessoa feliz, mesmo que por algumas horas. Obrigada, Newton Santanna Atelier e Queiroz Simonne pelas poucas e maravilhosas horas fazendo algo que nunca imaginei que me daria tanto prazer... Arte!
Nana Santos

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